Quem é você na internet?
Nossas ações, quer estejam no mundo real ou virtual, dependem de um fator muito importante: a possibilidade de sermos identificados.
Estar online implica muita coisa. No entanto, desde a conexão pura e simples até o que você faz no seu computador depende de uma coisa muito simples: quem é você? Essa pergunta pode parecer extremamente boba, mas não é tão fácil de ser respondida.
Muita gente engasga quando precisa responder a uma questão dessas. O fato é que acontece muito de observarmos comportamentos diversos em pessoas que, na vida real, aparentam ser totalmente diferente daquilo que está na rede.
Por exemplo, quantas vezes você já viu aquele seu amigo superquieto e tímido do colégio conseguir falar com uma garota sem problemas? Difícil, não é? Agora imagine que você é uma mosquinha que está vendo tudo o que ele faz no computador. Sem nenhuma explicação aparente, ele virou um Don Juan conquistador! Como pode? Isso tudo acontece por um simples motivo: ele está usando uma máscara.É quase como se fosse uma identidade secreta de um super-herói. Imagine Bruce Wayne combatendo o crime sem a roupa do Batman. Tudo o que ele representa como “pessoa comum” pode ser comprometido caso a população de Gotham City descubra que ele é o homem-morcego. Às vezes adotar uma nova identidade pode ajudar a desempenhar algumas tarefas que, sem ela, seriam impossíveis.
Quando alguém apresenta um mundo em que você não precisa ser, obrigatoriamente, quem é na vida real, as opções do que fazer e qual identidade adotar são muito grandes. Não se trata de uma eterna sensação de sentir-se frustrado com o que realmente somos.
É quase uma curiosidade em projetar algo a partir daquele famoso “e se eu fosse...”. Quantas vezes já não nos pegamos pensando “e se eu fosse menos tímido?”. O que a internet faz é potencializar essa dúvida e fazer com que ela seja concretizada, de alguma forma.
Para entendermos bem o que a internet faz com o comportamento em sociedade, basta pensarmos nela como um catalisador poderoso das nossas ações. Se na vida real somos muito tímidos, a tendência é nos tornarmos mais soltos em um ambiente em que não sejamos obrigados a assumir a identidade física que possuímos.
Assim, em vez de tentar ser a menina popular da sala de aula, aquela que gosta mais dos livros pode ser superconhecida e renomada em outras comunidades em que ela adota outro jeito de ser.
Foi costume, por muitos anos, considerar a sociedade na qual estamos inseridos como o microcosmo de lugares que frequentamos. Assim, construímos nossa identidade baseados nisso.
Exemplo claro são os estereótipos usados neste texto: o garoto tímido, a menina que não é popular... Tudo isso reflete os espaços que ocupamos fisicamente. E quando os lugares não têm fronteiras ou não exigem que você assuma sua “identidade física”? Nesses casos, acontece justamente o que você vê todos os dias nas redes sociais.
Tudo fica mais fácil, pois não há necessidade de contatos mais profundos ou então algum tipo de aproximação real. As relações não perdem a intensidade com a virtualização, mas algumas alterações acontecem – isso é inegável.
Os conceitos de identidade e imagem são bastante confusos para a maioria das pessoas. Justamente por isso, algumas consideram essas duas palavras como sinônimas – o que elas não são.
Pode até ser que a identidade de alguém esteja refletida na sua imagem, mas este seria um caso muito raro. Identidade nada mais é do que definir quem você realmente é. Já a imagem está relacionada à impressão que você passa. Portanto, depende da interpretação das outras pessoas.
É preciso ficar atento sempre que você estiver utilizando a internet. Será que a máscara que está ativa neste momento é coerente com quem você realmente é ou não passa de um artifício para atrair outras pessoas? O que você acha disso?
Por: Alisson Matts
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